Edy Rocha e Cris Rocha, Sinhá Erozitha
Mais que um bar: um projeto de vida de duas mulheres determinadas. É assim que pode ser definido o Sinhá Erozitha, que funciona em um charmoso quintal de uma casa no bairro Sagrada Família, região residencial e bem fora da rota gastronômica convencional da cidade. Por lá, tudo parece pensado para que o cliente se sinta parte da família quando entra no bar. Além do tom intimista que só um quintal mineiro pode oferecer, o nome do bar é uma homenagem à avó de Edy Rocha, que divide com a filha Cris Rocha a gestão da casa.
A parceria entre mãe e filha compõe a alma do Sinhá Erozitha. Enquanto Cris se desdobra no atendimento, no marketing, no balcão e no contato com os clientes, a mãe dela cuida – sozinha, acredite se quiser – da cozinha do bar. "Sim, sou eu que faço tudo na cozinha. Não deixo ninguém cozinhar no meu lugar porque muda o sabor. Já tentei ter ajudantes, mas o prato não sai igual. Então, eu prefiro fazer tudo sozinha", conta Edy Lamar.
Mesmo e com essa divisão das funções que são bem definidas e separadas pelo balcão de atendimento, é indiscutível que a engrenagem só funciona por meio dessa parceria: “Uma sonha e a outra executa. A Edy é a que idealiza, que sonha, imagina… e, eu, sou a que acredito nos desejos dela e faço tudo acontecer”, disse Cris.
O cardápio elaborado por ela privilegia tanto as receitas tradicionais de Minas quanto criações autorais. As novidades surgiram de maneira intuitiva, com base na criatividade de Edy Lamar – amparada, claro, pela trajetória familiar de gerações de cozinheiras. Um dos destaques é um inusitado pastel feito com massa de polvilho, recheado de linguiça calabresa e servido com um molho de hibisco além do bolinho de taioba, planta muito cultivada nos quintais de Minas Gerais. "Também fomos criando coisas novas, por exemplo, bolinho de taioba, pratos que ninguém oferecia na época. Queríamos que o cliente pensasse: ‘Estou com vontade de comer aquele bolinho que só tem lá’, conta Cris.

Os drinks, criados também por Cris, têm uma pegada interiorana, usando ingredientes como geleia de pimenta, maracujá e café. “Para criar drinks é tudo pura intuição, porque trabalhamos com ingredientes simples, de quintal. Vamos testando com tudo que temos à mão”, conta Cris.
O resultado de tanto zelo não poderia ser outro. As receitas encontram uma ressonância forte com a experiência das pessoas, que voltam para a casa buscando pratos que comeram anos atrás. "Chegam aqui e falam assim: Nossa, eu comi tal coisa aqui", descrevem o prato todo. Eu falo: gente, isso saiu do cardápio há uns três anos", se diverte Cris.
Agora, mãe e filha pretendem que o bar continue a ser um lugar de paixão e dedicação, passando para as futuras gerações da família, e se torne um legado de sabores e memórias, mantendo sempre o calor e a autenticidade que o tornam especial."Cozinhar é mais do que fazer comida. É colocar amor em cada prato". A família de clientes cada vez maior do Sinhá Erozitha é a prova disso.
Sinhá Erozitha Bistrôteco: Sabe aquele lugar repleto de receitas antigas e que contam a história de MG e principalmente do interior do Estado? É esse o clima do Sinhá Erozitha, no bairro Sagrada Família. O toque feminino está presente em todo o ambiente. A começar pelo nome – uma homenagem a Dona Erozitha, avó de Edy e bisavó de Cris, proprietárias do estabelecimento, até o cardápio, decoração e até a escolha da playlist têm um toque feminino. Feito pelas mãos de Edy, os licores e xaropes tão um toque nas criações na coquetelaria do local, como o xarope de abóbora com especiarias que brilha no drink Jack Made in Roça. O coquetel ainda ganha um toque de lascas de gengibre, Jack Daniel’s, suco de limão e licor de café.
R. Santo Amaro, 257 - Sagrada Família
quarta à sábado, de 19h às 00h